NOTÍCIAS
11/06/2014
Brasil entrará com US$ 28 bi no banco do Brics
Ficou definido que a reunião da Cúpula dos Brics será nos dias 14 e 15 em Fortaleza e, se encerra em Brasília (16)
O Ministério das Relações Exteriores realizou, ontem, coletiva de imprensa em Brasília, para tratar da 6ª Cúpula dos Brics, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acontecerá entre os dias 14 e 15 em Fortaleza e se encerrará em Brasília no dia 16, e anunciou que será criado o Banco de Desenvolvimento com capital de US$ 50 bilhões. O Brasil vai se comprometer com US$ 28 bilhões na formação do Banco do bloco econômico e na criação do Arranjo Contingente de Reservas (ACR). As instituições, planejadas pelo bloco, têm como objetivo ocupar parcialmente o espaço hoje do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As duas instituições, negociadas desde 2012, começarão a sair do papel no próximo mês, na 6ª reunião de Cúpula do bloco, em Fortaleza. O banco terá capital inicial de US$ 10 bilhões, com cotas iguais para cada um dos cinco países, e a garantia de US$ 8 bilhões a serem aportados apenas em caso de necessidade.
Reserva
Os outros US$ 18 bilhões serão a reserva brasileira para o ACR, que terá o mesmo aporte de Rússia e Índia, além de US$ 5 bilhões da África do Sul e US$ 41 bilhões da China, o sócio mais rico, em um valor total que chega a US$ 100 bilhões. Segundo reforçou o embaixador José Alfredo Graça Lima, os países contribuirão com cotas de US$ 2 bilhões cada um, totalizando US$ 10 bilhões em recursos, e que segundo o mercado financeiro a ordem de um para cinco é “normal”, portanto os US$ 40 bilhões restantes serão a título de garantia. Os países só terão que efetivamente entrar com o valor restante se houver uma crise, mas foi explicado durante a coletiva que isto nunca aconteceu com as instituições deste porte.
Não é candidato
O Brasil foi o único país do Brics que não se candidatou a ser sede do Banco. As cidades que concorrem são Moscou, na Rússia, Nova Deli, na Índia, Xangai, na China, e Johanesburgo, na África do Sul. O embaixador avaliou que o desinteresse do Brasil em se candidatar a ser a sede da instituição financeira “se deve ao fato de que para tanto é preciso ter edifícios e pessoal disponíveis, talvez, nesse sentido, os outros países estejam mais adiantados”, assinalou.
Adesões
José Alfredo Graça Lima esclareceu que não existem negociações para a adesão de novos países ao Brics, mas deixou claro que também não existe um impedimento para isso, lembrando que a África do Sul ingressou no Brics depois de sua criação (3ª Cúpula). Outros países devem participar da Cúpula. Todos os países sul-americanos foram convidados.
Questionado a respeito do baixo crescimento do Brasil, o embaixador avaliou que essa condição não coloca o País em posição desconfortável, pois é muito estável e constante e “outros países já não apresentam os ritmos de crescimento apresentados no passado”, disse. Os Brics representam, considerando o PIB pela paridade de poder de compra, US$ 19 trilhões, ou 25% do PIB mundial.
Fonte: Diário do Nordeste