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Brasil segue em penúltimo lugar em ranking de competitividade, diz CNI

21/01/2015

Brasil segue em penúltimo lugar em ranking de competitividade, diz CNI

O Brasil seguiu como um dos países que oferece menor competitividade às suas empresas em 2014, segundo estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta semana.
De acordo com o trabalho, a economia brasileira está à frente apenas da Argentina em relação aos fatores que influenciam a capacidade de competição das empresas no mercado.
Para a comparação, foram selecionados 14 países considerados concorrentes diretos do Brasil. São eles: Argentina, Colômbia, México, Polônia, Turquia, Índia, Rússia, África do Sul, Chile, China, Espanha, Austrália, Coreia do Sul e Canadá.

O ranking foi montado a partir da análise da qualidade da infraestrutura e da educação de cada país, do custo e da disponibilidade de mão de obra doméstica, do peso dos impostos, do custo do capital para as empresas, do ambiente macro e microeconômico e do nível de tecnologia e inovação das nações.

O cruzamento destes indicadores levou o Brasil ao penúltimo lugar na lista pela quarta vez consecutiva. O desempenho do país poderia ser pior não fosse a grande quantidade de trabalhadores disponíveis no mercado. Neste quesito, o país perde apenas para a China e para o México, onde há ainda mais gente disposta a trabalhar.
Assim, mesmo com o custo elevado dos empregados para as empresas (o país está em 10º lugar na análise de custo) e a baixa produção por trabalhador (12º lugar em produtividade), o Brasil conseguiu ganhar posições no quesito mão de obra. Saiu da sétima para a quarta posição, ficando atrás somente de México, Chile e Colômbia no ano passado.

Custo alto
Segundo o trabalho, apenas nos fatores mão de obra e tecnologia e inovação o Brasil não está no terço inferior do ranking, ou seja, entre a 15ª e a 11ª posição. Onde o país vai pior é no quesito disponibilidade e custo de capital. O estudo nota que Brasil tem a taxa de juros real de curto prazo mais alta entre os países analisados.

O Brasil avançou uma posição no fator peso dos impostos, mas ainda é um dos países onde a tributação mais atrapalha as empresas. Entre os 15 países analisados, ocupa a 13ª posição. Outro quesito onde houve melhora foi o ambiente microeconômico, onde a economia brasileira subiu do 13º para o 11º lugar.

De acordo com a CNI, contudo, o Brasil piorou nos fatores infraestrutura (caiu da 13ª para a 14ª posição) e ambiente macroeconômico (do 10º para o 12º lugar). No caso do quesito infraestrutura, houve deterioração dos indicadores de eficiência alfandegária, capacidade logística, pontualidade no cumprimento de prazos e rastreabilidade.

“Para ganhar competitividade, é preciso reduzir o custo Brasil. Além de ajudar as empresas a enfrentar a concorrência, estimular os investimentos na melhoria da produtividade”, diz Renato da Fonseca, gerente da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI.

Avanço
“Em 2015 precisamos ter um ambiente macro estável. Tem que haver previsibilidade para o empresário, não só em termos de preços, mas também de resposta do governo”, disse Fonseca.
Além dos problemas decorrentes da burocracia, ele citou os investimentos em infraestrutura como outro ramo onde é possível avançar sem prejudicar o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica do governo.
“Na área de infraestrutura é possível avançar trazendo investimento privado para Parcerias Público-Privadas (PPP) e concessões. O governo avançou muito na área normativa e a questão agora é fazer decolar essas concessões e PPPs”, analisou ele.
O gerente da CNI acrescentou que “o governo precisa entender que isso [o investimento privado] é importante. Não há recurso para [a União] fazer todos esses aportes”.
Fonseca reconheceu, porém, que seria “mais fácil [avançar na agenda da competitividade] sem ajuste fiscal, mas é necessário fazer o ajuste até porque não deixa o rating soberano do Brasil cair”.

O economista lembrou que a nota brasileira “facilita o investimento externo” em empresas brasileiras. Assim, o ajuste, apesar de efeitos negativos, contribuirá, por outro lado, na competitividade.

Fontes: Valor Online e Folha.com

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