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04/06/2014
Copa deve manter produção em baixa
Destaque negativo no PIB, com queda de 0,8% no primeiro trimestre deste ano, ante o último trimestre de 2013, a indústria deve voltar a sofrer no segundo trimestre, com os reflexos da Copa. O mundial tem ao menos dois efeitos negativos, segundo a indústria. De um lado, feriados e paralisações reduzem a produção. De outro, as famílias desviam sua renda para consumir outros itens.
A indústria puxou para baixo o crescimento do PIB, que avançou 0,2% no primeiro trimestre ante os três últimos meses de 2013. O ramo da transformação, o de maior peso dentro da indústria, caiu também 0,8% na mesma base de comparação.
Setores em baixa
O destaque negativo foi para máquinas e aparelhos elétricos, veículos automotores, produtos de metal e mobiliário, bens de mais alto valor, dependentes de crédito. Os eletroeletrônicos passam por momento delicado, segundo Humberto Barbato, presidente da Abinee (associação do setor elétrico e eletrônico). O crescimento baseou-se na linha de produção de televisores vendidos para a Copa, demanda que terá sido suprida até o mundial. “Estamos revendo as previsões porque o 1º quadrimestre teve desempenho aquém do esperado. A alta da Selic reduziu a demanda e isso tem um reflexo importante nas fábricas”, diz Barbato.
Em outra direção
Equipamentos de informática, farmacêuticos, perfumaria e produtos de madeira ficaram entre os destaques positivos. A farmacêutica foi impulsionada pela sazonalidade, com reposição de estoques no primeiro trimestre, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.
Vendas antecipadas
A indústria também antecipou vendas, por causa dos riscos de que manifestações afetem as entregas na Copa. Igual preocupação ronda o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que ficou acima da média da indústria. “As empresas estão fortalecendo seus centros de distribuição com nível de estoque superior ao normal para não perder vendas e se proteger da ameaça das greves”, diz João Basilio, presidente da Abihpec.
Energia elétrica e outros serviços públicos (saneamento, água e gás), com alta de 1,4% frente aos três últimos meses de 2013, contribuíram para evitar uma queda maior do PIB industrial. O consumo de energia elétrica foi puxado pelo maior uso de eletrodomésticos e pelo forte calor.
A produção de minério de ferro e o efeito câmbio nas receitas de exportação também ajudaram o desempenho da indústria. O setor extrativo fechou em alta de 5,4%. No primeiro trimestre o dólar subiu 18%, frente o real.
Fonte: Diário do Nordeste