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FMI reduz projeção de crescimento do Brasil e aponta problemas internos

13/10/2014

FMI reduz projeção de crescimento do Brasil e aponta problemas internos

O  PIB do Brasil teve a maior revisão para baixo entre as projeções de crescimento das 14 maiores economias do mundo feitas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), segundo as projeções da nova edição do Panorama Econômico Mundial, principal publicação periódica da instituição.

A previsão de crescimento do Brasil em 2014 foi reduzida em um ponto percentual, de 1,3% em julho para 0,3%. A previsão do governo é mais otimista. Em setembro, o Ministério do Planejamento divulgou a estimativa de 0,9% para este ano. Já instituições financeiras reduziram pela 19º semana sua estimativa, para expansão de 0,24%. O desemprego no Brasil também vai subir, segundo o Fundo, de 5,5% neste ano para 6,1% no ano que vem.

É a quinta vez consecutiva que os economistas do Fundo revisam para baixo o crescimento brasileiro. Para 2015, o Fundo reduziu a estimativa de expansão da economia de 2% para 1,4%. “Pouco investimento, baixa confiança entre empresários e consumidores, condições financeiras apertadas e fraca competitividade” são as razões apontadas pelo relatório pela contínua desaceleração.

Problemas internos

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Fundo, Olivier Blanchard, os problemas brasileiros são primordialmente internos. Essa avaliação contraria o discurso da presidente Dilma Rousseff e do ministro Guido Mantega, habituados a culpar o resto do mundo pelos fiascos brasileiros. Mesmo com alguma recuperação nos próximos anos, em 2019 o produto interno bruto (PIB) do país ainda crescerá apenas 3%, enquanto a economia global avançará 4%, segundo as projeções.

Juros e política

O novo aperto da política monetária, com aumento dos juros a partir de abril do ano passado, também prejudicou o crescimento, de acordo com o economista. O impacto dessa política deve ainda permanecer por algum tempo, acrescentou, porque seus efeitos são defasados e ainda é preciso esperar o declínio da inflação. A piora do comércio exterior também afetou a economia brasileira, mas os principais problemas, repetiu, são internos.

O Brasil tem crescido pouco também por causa da incerteza política, segundo o economista Gian Maria Milesi-Ferreti, diretor adjunto do Departamento Econômico e um dos autores do Panorama. Superada a incerteza política, deverá haver alguma elevação do investimento no próximo ano. Mas a recuperação será ainda insegura, disse.

Reformas

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, recomenda que Brasil faça investimentos para melhorar a infraestrutura deficiente e reformas no mercado de trabalho. O governo brasileiro e de vários outros países precisa agir para tentar evitar que a expansão da economia mundial entre em um nível “medíocre”. “Reformas estruturais são uma prioridade para destravar o crescimento”, afirma.

Superávit

A forte desaceleração econômica brasileira em 2014 também vai impedir que o governo entregue a meta oficial de superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida) de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Fundo. As projeções do organismo multilateral apontam para resultado de 1,3%. Uma recuperação do quadro é possível a partir de 2015, desde que o governo brasileiro retome a política fiscal que vigorava antes da adoção da chamada contabilidade criativa, como está expresso no projeto de lei orçamentária do próximo ano.

Fontes: Folha.com, Estadão.com e O Globo

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