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Juro atinge maior patamar desde março de 2011

29/08/2014

Juro atinge maior patamar desde março de 2011

O crédito pessoal, sem desconto em folha, foi a modalidade que registrou a alta mais intensa dos juros

Pegar um empréstimo ou financiamento está cada vez mais caro. Em julho, pelo sétimo mês consecutivo, os juros médios para as famílias aumentaram de 43% para 43,2% ao ano. Puxada pela elevação do custo do crédito no cheque especial e no crédito pessoal sem desconto em folha, a taxa chegou ao maior nível desde março de 2011. Apesar da pressão maior sobre o bolso do consumidor, os calotes continuaram relativamente estáveis, passando de 6,5% para 6,6% do total das operações com pessoas físicas.

“As taxas de juros, depois de acompanharem a repercussão da alta da Selic, encontraram novo patamar e estão oscilando em torno desse nível”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

Esse movimento de alta foi influenciado ainda pelo spread bancário, a diferença entre o que o banco paga para captar o dinheiro e o que ganha de juros dos clientes. No mês passado, esse índice avançou 0,4 ponto porcentual para as famílias e 0,7 ponto porcentual para as empresas. “Para o restante do ano, espera-se que o spread médio permaneça como a fonte de pressão sobre os juros dos empréstimos”, avalia a economista da Tendências Mariana Oliveira.

Crédito pessoal

O crédito pessoal, sem desconto em folha, foi a modalidade que registrou a alta mais intensa dos juros e julho, passando de 100,3% para 101,4% ao ano. A taxa do cheque especial apresentou o segundo avanço mais forte – de 171,5% para 172,4% ao ano. As duas modalidades são ainda aquelas que registraram a maior alta nos últimos 12 meses. No pessoal, a elevação foi de 22,1 pontos; no limite especial, a alta chegou a 34,9 pontos.

Apesar da elevação do custo de empréstimo e financiamentos, o nível de calote continua relativamente estável. Para Maciel, do BC, a leve alta da taxa de inadimplência em julho é “normal” e o nível de calote no País segue baixo. Além disso, disse, a redução das taxas dos atrasos de 15 a 90 dias é um “bom indicador” antecedente. “Esses atrasos sinalizam uma condição favorável ao comportamento da inadimplência à frente”. Para Danilo Delgado, economista da Ático Asset, a inadimplência está se acomodando. “A taxa está mais alta em relação aos últimos meses, só que os atrasos estão caindo com alguma consistência”.

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