NOTÍCIAS

Para empresários, investimentos só voltam em 2016

27/11/2014

Para empresários, investimentos só voltam em 2016

A expectativa é de melhora no segundo semestre de 2015, mas crescimento mesmo só virá em 2016, segundo analistas e representantes setoriais. Com a confiança em baixa, o empresariado manterá o pé no freio até receber um sinal firme de mudança por parte do governo.

Em 2014, a expectativa é de um tombo de 7,3% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no Produto Interno Bruto), mas o resultado deve se manter em terreno negativo também em 2015, prevê o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

“O ano de 2015 ainda será difícil, mas importante é a trajetória, que já deve estar positiva (com taxas negativas, mas em menor intensidade). Já saímos do fundo do poço, mas a velocidade da recuperação vai depender de um conjunto de medidas”, diz Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Ibre/FGV, citando como pontos que devem receber atenção do governo o ajuste fiscal e o controle da inflação.

Um dos principais desafios da presidente Dilma Rousseff é recuperar a confiança dos empresários e, assim, abrir caminho para novos investimentos. A produção de bens de capital acumula queda de 8,2% no ano, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.

“A confiança é baixa, reflete muito a situação econômica. Mas, se a confiança melhorar, não fará aumentar investimentos. As indústrias vão usar a capacidade instalada que está ociosa”, diz Silvia. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria caiu para 82% entre setembro e outubro, menor patamar desde agosto de 2009.

O setor siderúrgico é um retrato da falta de ânimo para investir. De 2008 a 2013 as fabricantes de aço desembolsaram US$ 20,2 bilhões para manter seu parque industrial atualizado. Por outro lado, congelaram cerca de US$ 17 bilhões em investimentos previstos para ampliar capacidade entre 2012 e 2017.

O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor do Instituto de Economia da Unicamp, Júlio Gomes de Almeida, também só vê retomada do investimento a partir da segunda metade de 2015. Após três anos patinando, porém, ele acredita que as perdas de 2014 na FBCF podem ser revertidas. “A recuperação do investimento pode tardar, mas vir com força. O empresário tem acumulado projetos na gaveta. Há demanda reprimida.”

Fonte: Estadão.com

Share to Facebook Mais...
  • Seja um Associado

    Seja um Associado