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Projetos para infraestrutura até 2018 exigem R$ 920 bilhões

10/07/2014

Projetos para infraestrutura até 2018 exigem R$ 920 bilhões

Os projetos de infraestrutura anunciados pelo governo e pelo setor privado exigem R$ 920 bilhões em investimentos até 2018, de acordo com estudo do Itaú BBA. O levantamento leva em consideração o que está planejado para o período nas áreas de óleo e gás, transportes, energia e saneamento.

“Se esses projetos realmente se concretizarem, será uma dose cavalar de investimento no país”, disse Cristina Reis, professora de economia da Universidade do ABC e analista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “A proporção de investimentos sobre o PIB alcançaria seguramente a marca dos 20%, patamar que nunca conseguimos atingir, e a barreira que temos que passar para melhorar nossos gargalos.”

Segundo os cálculos de Cristina, a formação bruta de capital fixo – medida do PIB que considera aplicações em construção e máquinas e indica o nível de investimentos produtivos no país – chegaria a 21% ou 22% do PIB. Nos últimos anos, essa proporção tem custado a passar dos 18%. Para chegar a esses números, Cristina considerou uma parcela anual de R$ 300 bilhões dos investimentos totais, aplicada ao PIB de 2016. Já o valor do PIB foi estimado com base em projeções de crescimento anual da de 4,5%, e de 2% ao ano até lá.

No estudo do Itaú, óleo e gás é o setor que responde pela maior fatia de recursos necessários, com programas de R$ 543,4 bilhões, ou quase 60% do total. É seguido por transportes (R$ 200 bilhões), energia (R$ 162,4 bilhões) e saneamento (R$ 15 bilhões).

Em transportes, o levantamento compreende ferrovias, rodovias, aeroportos, portos e mobilidade urbana (não leva em conta o trem de alta velocidade). O valor inclui também investimentos que já foram iniciados, como em quatro aeroportos concedidos recentemente (Guarulhos, Campinas, Brasília e São Gonçalo do Amarante). As concessionárias que venceram os leilões recentes de rodovias também já começaram os trabalhos em algumas estradas.

O levantamento feito pelo banco inclui muitos projetos ainda não licitados – apenas 18% do Programa de Investimentos em Logística (PIL, o pacote de concessões) já foi a leilão. O governo já iniciou a tomada de contribuições para a modelagem dos quatro próximos projetos de concessões rodoviárias federais. Também estão sendo feitos estudos para a modelagem da nova concessão da ponte Rio-Niterói e deve ser anunciado nos próximos meses o resultado da licitação da parceria público-privada (PPP) para a rodovia dos Tamoios, que liga a capital ao litoral norte do Estado de São Paulo.

Além disso, está aberto o chamamento público para complementação de estudos de viabilidade técnica para quatro trechos de ferrovias previstos no PIL. As análises serão direcionadas para os trechos entre Açailândia (MA) – Barcarena (PA), com 457 quilômetros de extensão; Anápolis (GO) – Corinto (MG), com 775 quilômetros; Belo Horizonte (MG) – Guanambi (BA), com 845 quilômetros; e Estrela DOeste (SP) – Dourados (MS), com 659 quilômetros de extensão.

Outros dois chamamentos públicos incluíram a elaboração de estudos de viabilidade para novos trechos: Sinop (MT) – Miritituba (PA), com 990 quilômetros de extensão; e Sapezal (MT) – Porto Velho (RO), com 950 quilômetros.

Fonte: Valor Econômico

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