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11/08/2014

Setor prevê promoções para o mercado até o fim do ano

Apesar da projeção de inflação para 2014 próxima ao teto da meta do Governo Federal (6,5%), a expectativa do setor atacadista distribuidor é de que o aumento de preços dos produtos industrializados fique abaixo da taxa nacional. Um dos motivos é o baixo crescimento da economia brasileira, o que vem causando retração no consumo, deixando pequenos e médios varejistas com grandes estoques.

“Acredito que a gente vá conseguir ficar abaixo da inflação. E vamos ver muitas promoções até o fim deste ano”, disse o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), José do Egito Frota Lopes Filho. “Não acredito em aumento de preço. Essa é a expectativa do comerciante”

Além disso, o repasse ao consumidor deverá ocorrer gradativamente, já que o setor atacadista varejista trabalha com estoques para 60 ou 70 dias, em média. “Trabalhamos com estoque regulador”, disse o presidente da Abad.

Durante a abertura da 34ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor, realizada ontem em Curitiba (PR), José do Egito ressaltou que como a economia brasileira não está respondendo “de forma adequada”, o setor atacadista distribuidor espera um crescimento de 2,5% para 2014.

No início deste ano, contudo, a Abad projetava um crescimento de 3,5% para o setor. “A economia nacional não está muito favorável. E revisamos o nosso crescimento, que ainda assim é mais do que o dobro do crescimento da economia do Brasil”, disse José do Egito.

Apesar do pessimismo causado pelos resultados da economia brasileira, os investimentos no setor não caíram. “Não houve redução drástica de investimentos, por exemplo, na construção de novos centros de distribuição,” disse José do Egito.

A expectativa da Abad é de que o setor se recupere no segundo semestre, período tradicionalmente bom para as vendas.

Ceará

Para José do Egito, que é diretor comercial da empresa cearense Jotujé distribuidora, os investimentos públicos e privados no Ceará, em particular na região do Complexo Portuário do Pecém, continuarão a beneficiar toda a cadeia do setor atacadista distribuidor.

“Hoje há vários investimentos em Centros de Distribuição. O Ceará é o estado que tem o maior número de pontos de vendas no Brasil, depois da Bahia. É impressionante como tem bodegas, isso por causa do setor do atacado que é muito forte no Ceará”.

O presidente da Abad considera o setor atacadista do Ceará como um exemplo de modernidade para o Brasil. “Foi lá que começou o varejo competitivo, junto com o Sebrae e a Facic (Federação das Associações do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária do Ceará). Nós somos modelo de uma boa gestão de atacado”.