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16/09/2015
Vendas no varejo caem 1,0% em julho
Em julho de 2015, o Comércio Varejista do País registrou queda de 1,0% no volume de vendas, com relação ao mês anterior, na série ajustada sazonalmente, sendo o sexto mês consecutivo com resultado negativo. Nesta mesma comparação, a variação da receita nominal foi de 0,1%. Quanto à média móvel trimestral, o volume de vendas registrou queda de 0,8%, enquanto a receita apresentou taxa de 0,3 %. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional apresentou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 3,5 % sobre julho do ano anterior, acumulando variações de -2,4 % no ano e de -1,0 % nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou variação de 4,2 %, 4,2 % e de 5,3 %, respectivamente.
O Comércio Varejista Ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou crescimento sobre o mês imediatamente anterior, tanto para o volume de vendas (0,6%) quanto para a receita nominal (1,1%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, foram registradas variações de -6,8 % para o volume de vendas e de 0,2% na receita nominal de vendas. As taxas acumuladas foram de -6,5%, no ano, e de -4,9%, nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -0,3 % e 0,9 % para a receita nominal, respectivamente.
Sete das oito atividades pesquisadas no varejo tiveram variação negativa
A redução de 1,0% no volume de vendas, na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal, alcançou sete dos oito segmentos observados no varejo. Em ordem de magnitude, os resultados abaixo da média nacional foram registrados em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,5%); Móveis e eletrodomésticos
(-1,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,3%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%). Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,0%), setor de maior peso na estrutura do comercio varejista, e Tecidos, vestuário e calçados, também com variação de -1,0%, registraram taxa igual a média das vendas totais no varejo. O segmento de Combustíveis e lubrificantes
(-0,4%) registrou variação negativa, enquanto a atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,0%) ficou estável. Considerando o comércio varejista ampliado, a variação foi positiva (0,6%), após sete taxas negativas consecutivas. Este resultado foi bastante influenciado pelo avanço de 5,1% na passagem de junho para julho de Veículos e motos, partes e peças, na medida que o grupamento de Material de construção voltou a apontar queda (-2,4%), após resultado positivo em junho último (5,3%).
Na comparação com julho de 2014, o total do varejo registra queda de 3,5% com perfil disseminado de variações negativas alcançando seis das oito atividades. Os resultados, por ordem de importância na formação da taxa global, foram: Móveis e eletrodomésticos (-12,8%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-8,1%); Combustíveis e lubrificantes (-3,6%); Livros, jornais, revistas e papelaria(-9,2%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-5,2%). Por outro lado, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; e Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com taxas, respectivamente, de 1,6% e de 0,3% foram os segmentos que registraram aumento das vendas no varejo em relação a julho de 2014.
Móveis e eletrodomésticos exerceu o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo, com decréscimo de 12,8% no volume de vendas, em relação a julho de 2014, acumulando, nos primeiros sete meses do ano, taxa de -11,5% e, nos últimos 12 meses, de -7,3%. Este desempenho ocorreu mesmo com os preços dos principais produtos que compõe esta atividade ficando abaixo do índice geral. Por se tratar de uma atividade cujas vendas são associadas, especialmente, às condições de crédito, seu comportamento este ano vem sendo afetado pelo aumento dos custos de financiamento, evidenciado pela elevação da taxa de juros, que passou de 32,3% ao ano, em julho de 2014, para 44,2%, em julho último, segundo Banco Central.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -2,1% em julho, sobre igual mês do ano anterior, foi o setor responsável pela segunda maior participação no índice geral. Esta atividade teve seu desempenho influenciado pela redução de 3,5% da massa salarial real habitual das pessoas ocupadas registrada na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referente ao mês de julho, além da influência do comportamento dos preços do grupo alimentação no domicílio (10,5%), que cresceu acima do índice geral (9,6%), no período de 12 meses, segundo o IPCA. Em termos de resultados acumulados, as taxas de variação foram: -1,8%, para o acumulado nos sete primeiros meses do ano, e de -1,4%, para os últimos 12 meses.
Tecidos, vestuário e calçados, que apresentou queda no volume de vendas de -8,1%, com relação a igual mês do ano anterior, representou a terceira maior contribuição negativa à taxa global do varejo, mesmo com os preços de vestuário (3,4% em doze meses) crescendo abaixo da inflação geral (9,6%), segundo o IPCA. Em termos acumulados, os resultados foram de -5,5%, para os sete primeiros meses do ano, e de -3,3%, para os últimos 12 meses.
Combustíveis e lubrificantes, com variação de -3,6% no volume de vendas, em relação a julho de 2014, foi responsável pelo quarto maior impacto no resultado geral do varejo. Em termos de desempenho acumulado, as taxas de variação ficaram em -3,3% e -1,2%, para os sete primeiros meses do ano, e para os últimos 12 meses, respectivamente. A redução do ritmo da economia e os preços dos combustíveis se comportando acima da inflação geral (10,6% contra 9,6%, segundo o IPCA) foram alguns dos fatores que vêm influenciando o comportamento desse segmento.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pela quinta contribuição negativa na formação da taxa global do comércio varejista, registrou variação de -5,2% no volume de vendas, na relação julho de 2015 contra julho de 2014. Apesar deste resultado negativo, a atividade ainda sustenta aumento nas vendas em termos acumulados, com variações 7,9%, no acumulado do ano, e de 4,7%, nos últimos 12 meses, taxas estas bem acima da média do varejo.
Livros, jornais, revistas e papelaria, com taxa de -9,2% no volume de vendas sobre julho de 2014, respondeu pela sexta contribuição no resultado global. Nos acumulados dos sete meses do ano e dos últimos 12 meses as taxas foram, respectivamente, -8,4% e -8,8%. Embora os preços dos produtos de papelaria, com crescimento acumulado em 12 meses de 6,6%, estejam abaixo do índice geral de preços (9,6%), a trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada pela restrição orçamentária das famílias e, no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,3%), na comparação de julho de 2015 com julho de 2014, foram os segmentos com desempenho positivo nas vendas no varejo. Em termos de variação acumulada, as taxas foram, respectivamente, 4,6% e 3,4%, no ano, e de 6,1% e 5,0%, nos últimos 12 meses. O comportamento dos preços dos produtos farmacêuticos, que em 12 meses subiu 6,8% contra 9,6% do índice geral, segundo IPCA, somado à essencialidade dos produtos comercializados são os principais fatores que explicam o desempenho positivo deste segmento. Já em Outros artigos de uso pessoal e doméstico, o mix diversificado de itens de baixo valor, tem mantido o dinamismo do setor.
Varejo ampliado cai 6,8% na comparação com julho de 2014
O Comércio Varejista Ampliado, composto do varejo mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em julho de 2015, queda no volume de vendas de 6,8%, comparado com o mesmo mês do ano anterior. Este desempenho refletiu, sobretudo, o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou recuo de 13,3% sobre julho de 2014. As taxas acumuladas desta atividade foram de -15,3%, em sete meses e de 13,1%, nos últimos 12 meses. Quanto ao segmento de Material de construção, as variações para o volume de vendas foram de -7,1% sobre julho de 2014, e taxas de -5,0%, acumulada em sete meses, e de -3,5%, nos últimos 12 meses. Em ambos segmentos, os resultados foram influenciados pelo menor ritmo da atividade econômica, menor oferta de crédito e pelo comprometimento da renda familiar.
Resultados do varejo foram negativos em 20 das 27 unidades da federação
No Comércio Varejista, 20 das 27 unidades da federação, apresentaram variações negativas no volume de vendas, na passagem de junho para julho (série com ajuste). As taxas variaram de -4,9%, no Amapá, a -0,3%, em Minas Gerais. Nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, o volume de vendas se manteve estável nessa comparação. Por outro lado, com aumento no varejo, figuraram: Roraima (2,7%), Pará (1,6%), Paraíba (1,3%) e Amazonas (0,3%).
Na comparação com julho de 2014, a redução do volume de vendas no varejo também teve perfil disseminado, alcançando 22 das 27 Unidades da Federação. Os destaques foram: Amapá (-17,4%) e Alagoas (-11,7%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-3,8%); Rio de Janeiro (-4,0%); Rio Grande do Sul (-7,1%).
Considerando o varejo ampliado, a redução de 6,8%, em relação a julho de 2014, foi acompanhada por quase a totalidade dos 27 estados da federação. Roraima, com avanço de 2,7% no varejo ampliado, foi o único que apresentou variação positiva, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho negativo de São Paulo (-5,1%), Rio Grande do Sul (-12,2%), Paraná (-12,2%) e Rio de Janeiro (-5,5%) formam os principais impactos sobre a formação da taxa global do varejo ampliado.
Fonte: IBGE | Sala de Imprensa | http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&idnoticia=2987&busca=1&t=vendas-varejo-caem-1-0-julho